Criar projetos requer jogo de cintura, olhar e criatividade para deixar cada elemento harmônico dentro da composição. Tanto quanto outros itens que formam uma peça gráfica, a aplicação das fontes merece uma atenção e cuidados especiais, pois além de entregarem a informação verbal, ditam o tom da peça também pela linguagem visual.
O equilíbrio entre itens visuais dentro da peça exige percepção para enxergar como a junção desses elementos se conectam entre si. Não apenas procuramos as melhores opções de fontes como evitamos combinações desarmônicas que podem causar um efeito de desconforto na peça completa.
Para isso, juntamos dicas de como trabalhar melhor as opções de fontes de forma que seu projeto fique impecável! Continue no post!
Como trabalhar as variedades de combinações de fontes?
Sabemos que fontes tem suas características específicas e categorias que ajudam a auxiliar a seleção da escrita ideal para o projeto.
Em primeiro lugar, é preciso alinhar as fontes com o estilo da peça gráfica com o que você quer transmitir. Ter um norte ajuda no momento inicial do projeto, porém não fique preso a isso. Use a criatividade e vá testando opções junto com as dicas a seguir.
Utilize as variações dentro da mesma família de fontes
Vamos começar pelo simples? Utilizar variações dentro da mesma família tipográfica pode ser uma alternativa para quem está começando a trabalhar nas combinações de fontes e ainda prefere ir pelo caminho mais seguro.
Quando falamos de família existem dois conceitos a serem analisados. Família pode ser uma classificação mais generalizada (Cursivas, Romanas, Góticas, Fantasia, etc) ou um próprio grupo de fontes onde a base é a de peso regular e as outras que compõem essa família apresentam variações (Itálico, Bold, Black, Light, etc).
Em qualquer uma das duas situações, trabalhar com a combinação de fontes dentro de uma mesma família pode oferecer uma mudança sem riscos de erro, pois existem elementos que se conectam quando as fontes pertencem à mesma família.
A fonte Helvetica pode ser trabalhada em peças que precisem de um tom mais moderno mas equilibradas com pesos diferentes para trabalhar a hierarquia, por exemplo.
Experimente combinar fontes com e sem serifa
Uma outra possibilidade de combinações é o uso de fontes com e sem serifa. A diferença de estilos pode entregar um resultado interessante.
Primeiramente, vamos ao conceito base: Serifas são prolongamentos com traços diferenciados que acompanham certas partes das letras em famílias tipográficas específicas. Sua função é conduzir o olhar do leitor em um sentido horizontal, de forma que a leitura fique mais fluida e dinâmica.
Na categoria de fontes serifadas, existem ainda diferentes tipos de serifa com estilos específicos, como vemos em famílias de fontes como Courier e Times New Roman.
A combinação de fontes com e sem serifas pode ser mais ousada, mas se bem usada, serve para destacar termos importantes e facilitar a leitura ou até causar uma quebra ou impacto na comunicação da peça. Teste as possibilidades lado a lado buscando as opções mais harmônicas.
Teste combinações com foco no contraste entre as fontes
Contraste é uma forma de trabalhar a hierarquia entre as partes de uma peça gráfica. Ele funciona tanto para fontes como qualquer outro elemento visual dentro da peça e busca uma harmonia e fluxo de percepção em que elementos não briguem entre si prejudicando a mensagem a ser passada. Lembrando que design não é só beleza, mas também funcionalidade.
O uso de contraste para combinação de fontes pode ser usado com estilos diferentes de forma que haja destaque a uma informação mais importante, ou que deva ser percebida primeiro. Brincar com pesos e estilos pode auxiliar e otimizar o processo de escaneamento da peça, e quanto mais distintas forem as fontes, maior o choque entre elas.
Em outros casos, a combinação de contraste também é utilizada para separar títulos e trechos destacáveis de conteúdos com maior quantidade de texto.
Arriscar é importante para gerar resultados mais originais e únicos, mas é preciso ter bom senso para que a combinação de fontes não gere um efeito desconfortável.
Tenha cuidado ao utilizar fontes manuscritas
Em certos projetos usar fontes manuscritas é uma verdadeira tentação. Elas têm um caráter muito peculiar que traz uma certa proximidade com o leitor, pois se aproxima de nossa escrita manual.
Por ter traços orgânicos ela precisa estar muito bem associada à mensagem que a peça e a marca quer passar, ou seu impacto em um projeto pode causar efeito contrário de forma mais fácil do que imaginamos.
Ao usar fontes manuscritas, é preciso ter foco na legibilidade, tamanho e volume dos conteúdos. Se aplicadas em dimensões muito reduzidas, ela pode dificultar a leitura e causar desinteresse no leitor.
A mesma atenção funciona para blocos de texto grandes e corridos. Fontes manuscritas são bordadas e detalhadas de mais para uma leitura longa e fluída. Salvo casos em que precisam expressar uma estética de forma intencional, como uma carta de época, por exemplo.
Alinhe as fontes às impressões que você deseja passar para o público
A combinação de fontes é possível e pode gerar uma infinidade de possibilidades. No entanto, estar atento à mensagem da marca e o objetivo da peça são fatores cruciais para fazer a escolha de fontes mais adequada.
Atente-se para características como seriedade, leveza, peso, descontração, tradicionalismo entre outras. Fontes mais arredondadas podem ser mais divertidas, por exemplo, do que fontes manuscritas que transmitem mais elegância. Já as fontes com traços mais retilíneos transmitem mais composto e formal.
Um caso famoso de uso de fontes que não são muito harmônicas é a aplicação da Comic Sans. Presente em editores de documentos populares, ela já foi muito usada (sem querer) para comunicados de empresas, condomínios residenciais e outros impressos, e virou uma certa piada interna entre designers por ter um estilo mais divertido e incompatível com peças que exigem uma função séria.
Para o processo de criação, a combinação de fontes deve ser muito encorajada e explorada, pois é através de testes e possibilidades que conseguimos encontrar itens que geram mais harmonia e funcionalidade em uma peça gráfica.
Não tenha receio de arriscar e buscar o incomum. Caso todas as possibilidades foram exploradas e a melhor opção é seguir pelo caminho mais seguro, também está tudo certo. O importante é estimular a criatividade, o olhar crítico e produzir designs originais que cumpram seu propósito e agradem o leitor.
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