Propósito organizacional: as pessoas compram o que você faz ou o por que você faz?

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Você sabe como fazer uma gestão de marca eficiente?

Por que ler este artigo? 

O propósito organizacional vai além do lucro — ele define o impacto da sua marca no mundo. Neste artigo, você aprenderá como estruturar um propósito forte, conectar-se com seu público e transformar isso em um diferencial competitivo. Aproveite essa leitura importante para o futuro do seu negócio!

Você já parou e se perguntou “por que eu trabalho incansavelmente nisso?”. Isso tem a ver com o propósito organizacional da sua empresa – ou para a qual você trabalha.

Segundo Simon Sinek, em seu famoso livro “Comece pelo Porquê”, lançado em 2009, que apresentou ao mundo a metodologia do Golden Circle, 100% das organizações sabem o que fazem; algumas sabem como fazem; mas poucas sabem por que fazem o que fazem — ou seja, qual é o verdadeiro propósito por trás da produção de determinado produto ou da oferta de um serviço.

Veja que o conceito não é novo.

O conceito de Golden Circle x propósito organizacional

O próprio Sinek, apresentou o conceito de Golden Circle em uma palestra TED também de 2009, intitulada “Como grandes líderes inspiram ação”. Na palestra, ele fala do seu círculo dourado que ajuda empresas a encontrarem o seu propósito, sua crença, o porquê da sua organização existir no mundo.

Ainda segundo Sinek, os líderes e as organizações mais inspiradoras, independente do seu tamanho ou segmento, sabem exatamente o seu papel no mundo. E é isso que motiva as pessoas a comprarem – consumidores não compram o que você faz, e sim o por que você faz. 

Sabe aquelas pessoas que ficam dias, horas na fila da Apple para comprar um lançamento, que pode nem ser o melhor do mercado em termos de tecnologia? É o propósito da empresa fazer com que as pessoas pensem diferente; fazer com que elas comprem um computador colorido e totalmente diferente do cinza que dominava o mercado.

Nessa palestra, Sinek cita ainda algo interessante: Martin Luther King disse: “eu tenho um sonho”. Ele não disse: “eu tenho um plano”.

São esses sonhos, concretizados por meio de organizações que movem os seus donos a seguirem em frente, que conquistam consumidores leais à marca, que os tornam fãs e embaixadores da marca. 

O conceito de propósito organizacional tem se destacado como elemento fundamental para a diferenciação e sustentabilidade das empresas. Mais do que uma simples declaração de missão, o propósito define por que uma organização existe além do lucro, qual o seu papel no mundo, conectando-se emocionalmente e melhorando o relacionamento com clientes, colaboradores e parceiros.  

Além de Sinek, Michael Porter e Clayton Christensen exploraram como o propósito pode ser um motor de inovação, diferencial competitivo e um fator essencial para o sucesso no longo prazo. Mas como uma empresa pode estruturar um propósito real, tangível e capaz de impactar positivamente todos os seus stakeholders?  

O que é propósito e por que ele é essencial? 

Voltando ao conceito de Simon Sinek, autor do “Golden Circle”, empresas bem-sucedidas não começam com o que fazem, mas com por que fazem. O propósito é o que inspira e engaja, funcionando como um farol que orienta decisões estratégicas e culturais.  

Michael Porter, por sua vez, afirma que as organizações que integram um propósito genuíno à sua estratégia geram vantagem competitiva sustentável, pois criam valor para a sociedade e não apenas para seus acionistas.  

Clayton Christensen, em sua teoria da inovação, destaca que empresas com propósito bem definido são mais adaptáveis a mudanças e menos vulneráveis a disrupções de mercado.  

Ou seja, o propósito não é um slogan ou uma estratégia de marketing, mas sim a essência da empresa e seu impacto no mundo.  

Você pode estar se perguntando: “ok, entendi, mas como o propósito impacta na minha marca?”.

Vamos usar o pensamento de Roger Martin, especialista em estratégia, para explicar – o propósito é um fator determinante na percepção da marca. Empresas que comunicam um propósito autêntico constroem lealdade, confiança e diferenciação no mercado.  

Daniel Pink, autor do livro “Drive – Motivação 3.0”, reforça que o propósito molda a cultura interna e atrai talentos alinhados com os valores da empresa. Em tempos de transformação digital e ESG (ambiental, social e governança), as marcas precisam demonstrar compromisso real com sua visão de mundo.  

Exemplos claros desse impacto incluem marcas como Patagonia, cujo propósito ambiental fortaleceu sua reputação global, e Tesla, que redefiniu o mercado automotivo ao se posicionar como uma empresa de energia limpa e inovação.  

O impacto do propósito organizacional nos stakeholders  

Quando estamos tratando de organizações, os seus impactos não se limitam ao seu consumidor direto, ao seu parceiro de negócios. Precisamos olhar para toda a cadeia, do começo ao fim – são os chamados stakeholders, os pontos de contato que incluem, além do cliente, fornecedores, colaboradores, investidores, a sociedade e o poder público.

Empresas que constroem um propósito autêntico geram impacto positivo em todos.

Colaboradores

Jeffrey Pfeffer, especialista em gestão de pessoas, afirma que empresas com um propósito claro aumentam o engajamento e a retenção de talentos. Funcionários querem sentir que fazem parte de algo maior do que apenas números.  

Clientes

Richard Florida, pesquisador de tendências urbanas e culturais, destaca que o consumidor moderno está mais consciente e escolhe marcas alinhadas a causas e valores autênticos.  

Investidores

De acordo com estudos de Michael Porter, empresas que integram criação de valor social e econômico são mais atrativas para investidores, pois demonstram sustentabilidade e visão de longo prazo.  

Sociedade

Linda Hill, professora da Harvard Business School, enfatiza que organizações com propósito real contribuem para um impacto positivo na sociedade, fortalecendo sua reputação e influência.  

Poder público

O propósito de uma organização, além de definir a razão de existir da empresa, define como ela contribui para a sociedade. Quando uma organização possui um propósito claro e alinhado com os interesses coletivos, ela tende a construir uma relação mais positiva e colaborativa com o poder público.

Como construir um propósito organizacional autêntico?  

O propósito organizacional não pode ser artificial ou genérico. Ele deve ser construído com profundidade, envolvimento e ações reais. 

Seguindo as diretrizes de Marshall Goldsmith, especialista em liderança, e os princípios de inovação de Clayton Christensen, aqui estão 5 passos para desenvolver um propósito sólido:  

1. Identifique a essência da organização; reflita sobre a razão de existir da empresa  

– Qual é a razão da existência da empresa além do lucro?  

– Qual problema relevante a empresa resolve para seus clientes e sociedade? 

2. Engaje colaboradores e lideranças no processo  

– Propósito não se impõe, se constroi. Converse com funcionários, clientes e stakeholders para entender suas expectativas e percepções.  

– Crie grupos internos de discussão sobre propósito e cultura. 

3. Conecte-se aos valores e necessidades da sociedade

– Identifique como sua organização pode contribuir para resolver problemas reais da sociedade, alinhando-se ao conceito de valor compartilhado de Michael Porter.   

4. Defina uma missão clara e inspiradora  

– Evite frases genéricas como “Ser a melhor empresa do setor”.  

– Use palavras que traduzam impacto e compromisso, como “Transformamos vidas através da inovação sustentável”. 

– O propósito deve ser fácil de entender e inspirar ação. Roger Martin, especialista em estratégia, enfatiza a importância de uma narrativa clara e convincente.  

5. Alinhe o propósito à estratégia de negócios  

– O propósito precisa guiar a tomada de decisões e investimentos. 

– Empresas com propósito forte devem integrá-lo em ações reais, desde a experiência e feedback do cliente até políticas de diversidade, inclusão e responsabilidade ambiental.  

6. Comunique e viva o propósito diariamente  

– O propósito deve estar presente em todas as comunicações da empresa: site, redes sociais, treinamentos e campanhas de marketing.  

– A liderança deve dar o exemplo e incorporar o propósito em suas decisões e discursos. 

– O propósito não pode ser apenas um slogan. Ele deve guiar decisões, políticas e práticas diárias, como defende Clayton Christensen. 

7. Mensure e ajuste  

– Jeffrey Pfeffer sugere que o propósito deve ser constantemente revisado para garantir que continue relevante e autêntico.    

Longe de ser apenas uma tendência, o propósito organizacional é um diferencial estratégico que fortalece a marca, impacta seus pontos de contato e garante crescimento sustentável. 

Empresas que investem na construção de um propósito autêntico conseguem atrair clientes, reter talentos e gerar valor de longo prazo. Eles não vêm atraídos por uma modinha e sim por uma crença na marca que os torna fieis e defensores dela.

Seja por meio da visão inspiradora de Simon Sinek, da estratégia competitiva de Michael Porter ou da inovação de Clayton Christensen, o consenso é claro: marcas que têm um propósito forte criam um impacto duradouro no mundo dos negócios e na sociedade.  

Construir esse propósito exige reflexão, comprometimento e ação contínua, mas os resultados fazem valer a jornada. Empresas que sabem “por que” existem sempre encontrarão o “como” prosperar.  

Construir e comunicar um propósito organizacional autêntico não é apenas uma escolha estratégica — é uma necessidade para marcas que desejam se destacar, engajar e crescer com consistência. 

Se você quer transformar o propósito da sua empresa em um diferencial real e relevante no mercado, entre em contato com a Agência Dois. Vamos juntos construir narrativas que conectam pessoas, fortalecem marcas e geram impacto duradouro.

Fontes: 

  • Simon Sinek (O Círculo Dourado
  • Michael Porter (Criação de Valor Compartilhado
  • Clayton Christensen (Inovação Disruptiva
  • Roger Martin (Estratégia Competitiva
  • Jeffrey Pfeffer (Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional
  • Linda Hill (Liderança e Inovação
  • Marshall Goldsmith (Liderança Eficaz
  • Daniel Pink (Motivação e Autonomia
  • Richard Florida (Tendências Urbanas e Culturais
  • Ana Couto (A Revolução do Branding)
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