Você já ouviu falar sobre os termos VUCA, BANI e RUPT? Descubra sobre esses conceitos neste texto.
Somos cidadãos de um tempo louco, de mudanças rápidas e alto nível de tecnologia e inovação. Novos modelos de negócios surgem diariamente e os modelos disruptivos colocaram em xeque os tradicionais. Tudo está acessível na palma da mão, o celular reconhece o seu rosto e temos vacinas para toda a humanidade em tempo recorde.
Mas o que o contexto do mundo hoje tem a ver com os termos
VUCA, BANI e RUPT?
Vamos (tentar) explicar esse mundo rápido, imprevisível, paradoxal e emaranhado em que vivemos.
As grandes transformações ocorridas no mundo contemporâneo tornaram nossos problemas mais complexos, cujas soluções exigem maiores esforços de equipes multidisciplinares. Precisamos resolver o problema em si, que hoje é composto por interconexões sociais, econômicas, ambientais, políticas e mercadológicas de um mundo globalizado.
Vamos começar do começo. O termo VUCA surgiu para ‘explicar’ o novo mundo que se abriu a partir dos anos 90 com a queda do Muro de Berlin, o fim da Guerra Fria e a dissolução dos dois grandes blocos econômicos.
Inicialmente o termo, foi utilizado pelos militares americanos para designar a volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade do novo contexto mundial. Em inglês as iniciais das palavras Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, dão nome ao Mundo VUCA.
Naturalmente esses fatores que configuravam o mundo, passaram a fazer parte das atividades empresariais. No Mundo VUCA, uma tradicional empresa familiar podia deixar de existir em poucos meses, impactada por um novo modelo de negócios criado por jovens recém-formados do outro lado do mundo.
Muitas organizações enxergaram o novo contexto como uma ameaça. Outras, no entanto, como oportunidade. Essa característica de volatilidade trouxe avanços incomparáveis para o mercado que priorizou a P&D (pesquisa e desenvolvimento) e colocou o termo Inovação como base para novos negócios e para a perenidade dos tradicionais. Só as empresas que inovaram conseguiram sobreviver.
O Mundo VUCA afetou não só as grandes corporações, mas também o armazém do Seu Zé, que antes era a única opção do bairro. Termos como planejamento estratégico e plano de negócios tornaram-se elementos indispensáveis para qualquer empresário, pequeno ou grande.
BANI e RUPT
Apesar da grande evolução nos modelos de negócios, o Mundo VUCA já não se adequa ao mundo hoje: esse louco mundo do século 21 fortemente impactado pela pandemia de coronavírus, ganhou um novo conceito: o Mundo BANI, identificado pelo antropólogo Jamais Cascio.
Em sua visão este é um mundo Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível (ou Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible).
Nesse novo modelo ninguém tem tempo a perder, nem as empresas. As decisões são todas para agora. A concorrência não vai esperar você preparar sua empresa para um novo modelo de negócios, ela se adiantou e criou uma opção que já está disponível no mercado. O momento é de construir e reconstruir modelos e estar pronto AGORA para se reinventar e inovar.
Aliás a inovação não caiu de moda. Ela chegou para ficar no mundo VUCA e segue como palavra de ordem no mundo BANI. A diferença é que “é tudo pra ontem”, como diz a canção do Emicida.
O termo BANI tem sido utilizado com mais força para expressar o que será o mundo pós pandemia, mas o fato é que o mundo BANI já começa a sair de cena, com a mesma rapidez que ele próprio propõe. Esse é o mundo das reações rápidas. Se pensarmos na forma como o mundo reagiu com rapidez para enfrentar a pandemia de Coronavírus, entendemos melhor esse conceito.
Nesse mundo, além da inovação, as palavras de ondem são a autonomia, a gestão do tempo, a liderança e o trabalho remoto. Mas não é só isso. Para ter sucesso os profissionais precisam desenvolver a resiliência, empatia, inteligência emocional e atenção.
A imprevisibilidade do mundo à nossa volta, os impactos globais da pandemia, as incertezas do futuro tornam o Aqui e Agora o melhor lugar para novas ideias e novos negócios, que, inclusive, podem atropelar até as companhias mais inovadoras do mercado.
Não há mais linearidade, é um momento de grande fragilidade e ansiedade, e, por mais incompreensível que pareça, é um tempo de resiliência, de essência, de afetos, de adaptação.
O Mundo RUPT
Chegamos enfim, ao Mundo RUPT. Ele é rápido, imprevisível, paradoxal e emaranhado.
Nesse novo conceito, também oriundo das primeiras letras de Rapid, Unpredictable, Paradoxical, and Tangled, podemos entender mais profundamente cada uma dessas características.
É um mundo rápido onde vivenciamos e nos adaptamos, quase que instantaneamente, às mudanças que chegam em nossas vidas, se sobrepondo umas às outras e surgindo de várias e improváveis fontes.
Por isso mesmo esse é um mundo imprevisível. Até podemos analisar as situações e criar estratégias prevendo o futuro. Mas de forma inesperada, pode surgir outra opção. Que desafia nossas suposições e nos obriga a reformular o pensamento.
E são justamente essas novas possibilidades que tornam esse mundo paradoxal. Acreditamos que os desafios são complexos e passíveis de solução. Em meio à disRUPÇÃO, os líderes tendem a explorar suas habilidades de resolução de problemas, o que pode aumentar sua complexidade. É preciso reconhecer os desafios aparentemente insolúveis não somente como problemas a serem resolvidos, mas como polaridades a serem aproveitadas. É tempo de mudar a mentalidade, o foco dos negócios e a tomada de decisão.
Esse emaranhado conecta tudo a todo o resto, inevitavelmente. E é essa última característica do mundo RUPT que nos coloca de forma definitiva na Aldeia Global. Vivemos na dependência de vários ecossistemas, todos com conexões internas e externas que não podemos ignorar na hora de criar e implementar estratégias eficazes nos negócios.
De VUCA, chegamos ao BANI e agora entramos em um mundo RUPT. O ambiente de negócios passou por grandes transformações e temos um consumidor conectado digitalmente mas que emocionalmente carrega toda a ansiedade, paranoia e insegurança desses tempos.
Claro que isso trouxe mudanças significativas no comportamento e na rotina do consumidor. Mais do que nunca as empresas precisam aprender a observar e se alinhar ao novo contexto, procurando respostas e novas ideias para lidar com o novo normal.
Achou muito louco todos esses universos?
Sorte dos nascidos no novo milênio, que tem melhor compreensão do sentido de urgência e desrupção do mundo. Quem já nasceu digital possui enorme facilidade de adaptação às mudanças.
Viver no mundo RUPT exige novas posturas de lideranças e liderados. Esse é o tempo de adequar a cultura organizacional à nova ordem mundial. É tempo de abertura e transparência, de respeito pelas pessoas em estruturas organizacionais mais fluidas, sem deixar de lado a busca incessante por mais qualidade e crescimento do produto. Hoje a informação é a matéria prima mais preciosa para fazer negócios.
2021 é o ano de revigorar os negócios, alinhar o propósito das marcas e compensar as perdas da pandemia em um mundo que já mudou. Se a pandemia habituou os novos consumidores ao conforto das compras online, trouxe também grandes oportunidades para as marcas buscarem resultados com base na solução dos problemas. É tempo de testar a capacidade de aprendizado e sucesso diante de tão grandes desafios.
Você chegou até aqui?