Quantas histórias de pessoas que desistiram de ideias empreendedoras ou não deram certo com suas pequenas empresas você já ouviu? Você conhece alguma marca que fez sucesso e hoje não existe mais?
É bem provável que você tenha se lembrado de, pelo menos, um caso para ambas as situações. Isso acontece por que o ciclo de vida de uma empresa segue um padrão que se repete com frequência, desde antes do investimento inicial até quando não está mais dando certo.
Neste artigo, explicamos para você quais são as principais fases de crescimento de uma companhia e como o marketing está relacionado com isso. Acompanhe!
A importância de conhecer o ciclo de vida da empresa
Empreendedores, em geral, têm ideias sensacionais, que surgiram devido à observação de mercado ou a uma forte intuição, e resolvem apostar em seus sonhos. Investem em produtos, criam um site, contratam profissionais e oferecem suas soluções a possíveis clientes, até mesmo antes de ter registrado a empresa.
Embora isso seja inspirador, será que não estão indo rápido demais? E quando, enfim, a empresa começar a crescer, começar a colher os primeiros frutos, as estratégias e prioridades devem continuar as mesmas?
Entender o contexto em que a companhia está inserida é importante justamente para responder a perguntas como essas. É importante saber quem é o público-alvo, a sazonalidade das vendas, quem são os concorrentes e a situação econômica do país. Porém, também é essencial levar em consideração o ciclo de vida da empresa para criar um planejamento estratégico eficaz, que guie a marca rumo aos seus objetivos de acordo com a sua maturidade.
Pense bem: será que faz sentido investir semanas na criação de materiais para campanhas de fidelização se a sua empresa ainda não tem sequer um cliente? E se você lançasse um Produto Mínimo Viável antes de aumentar o estoque?
O que poderia ter sido da Apple se ela continuasse a vender apenas computadores de mesa, quando enfrentou dificuldades? Como a Blockbuster poderia ter reagido às soluções que surgiram?
Esses exemplos, aliás, evidenciam como as estratégias de marketing estão diretamente relacionadas ao ciclo de vida da empresa. Sem saber onde está, sem analisar o ambiente, é muito difícil saber em que investir e quais resultados esperar.
As principais fases de crescimento
Alguns profissionais, sobretudo administradores, conhecem quatro fases de crescimento no mundo corporativo: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Você imagina o que cada etapa significa? Os nomes são claros, mas explicamos um pouco sobre os conceitos a seguir.
A primeira delas, introdução, faz referência àquele momento em que a companhia está se iniciando, o que exige muito trabalho do novo empresário, embora seja acompanhado por sonhos e expectativas.
Geralmente, o primeiro passo é criar um plano de negócios, para avaliar o mercado (economia, concorrentes, público-alvo, etc.). Após validar a ideia, ele abre um CNPJ, aluga uma sala, contrata pessoas e inaugura a empresa.
Após se estabelecer, a empresa entra automaticamente na fase de crescimento, durante a qual continuará a realizar testes, pesquisas e estudos, adaptando o seu plano e enfrentando a concorrência, dificuldades e incertezas do dia a dia.
É na maturidade que está a fase em que o empreendedor geralmente sonha quando inicia a empresa, que agora já consegue se sustentar, pois tem clientes fiéis, gera lucro, pode ser líder de mercado e as perspectivas para o futuro são encantadoras.
No entanto, seus produtos, serviços ou modelo de negócio podem ficar ultrapassados com o tempo, devido às inovações. Nesse contexto, surge a fase do declínio, quando a empresa começa a apresentar resultados insatisfatórios e problemas de gestão, podendo deixar de existir.
Existem outros conceitos, apresentados por Ichak Adizes em seu livro “Os Ciclos de Vida das Organizações”, que nos ajuda a entender ainda mais como surge, cresce e morre uma empresa. São estes:
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namoro: o empreendedor sonha em ter o seu próprio negócio, alimenta ideias e estuda o mercado;
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infância: estágio inicial, quando o dono ainda faz tudo na empresa. Geralmente, não tem processos, metas ou planejamento e o empresário gerencia a companhia por sua intuição e, por isso, enfrenta muitas crises;
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toca-toca: é a fase de crescimento em que o empreendedor começa a vender bem, no entanto, ainda enfrenta os mesmos problemas da etapa anterior;
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adolescência: o dono do negócio consegue delegar algumas atividades, embora que ainda não o faça da maneira ideal. A qualidade das soluções melhora, a empresa aceita mudanças, mas ainda enfrenta conflitos;
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plenitude: a empresa já definiu bem seus processos, tem um planejamento e metas claras, a equipe tem autonomia. Isto é, a companhia tem sucesso e, naturalmente, lucro;
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estabilidade: a empresa começa a envelhecer. Não é mais tão flexível como antes e, apesar de ainda ser organizada, lucrativa e ter sensação de segurança, não tem expectativa de crescimento e desconfia de mudanças;
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aristocracia: ainda há dinheiro em caixa, embora as finanças sejam insatisfatórias. A empresa é bastante formal, existem controles em excesso e falta inovação.
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burocracia incipiente: a empresa continua sem inovação e começa a demitir colaboradores com a esperança de resolver seus problemas de gestão, perdendo talentos importantes;
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burocracia: não consegue entender a realidade e já não gera lucro, embora possa continuar assim por muito tempo, por serem líderes de mercado ou devido ao interesse de governos e sindicatos;
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morte: a empresa fecha, geralmente com prejuízos financeiros.
A relação entre o ciclo de vida da empresa e suas estratégias de marketing
Para crescer, o empreendedor precisa enfrentar diversos problemas e se adaptar ao mercado. É só analisar o ciclo de vida da empresa para perceber isso. No início, salvo nos casos em que há uma reserva financeira, a capacidade de investimento é baixa, não existe planejamento, metas, nem indicadores de sucesso.
Basicamente, o novo empresário precisa adaptar o seu plano de negócios e melhorar a sua gestão conforme necessário, evitando os erros e potencializando seus acertos.
Nesse contexto, o marketing está sempre presente, na maneira como atende seus clientes, enfrenta a concorrência ou desenvolve suas soluções. É ainda mais importante, no entanto, criar estratégias assertivas para alcançar os objetivos em cada fase de crescimento da empresa, e aqui vão algumas dicas:
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introdução: o orçamento é baixo, então é bom focar em entender o mercado e adaptar a empresa. Estar presente nas mídias sociais e outras soluções de baixo custo podem ajudar;
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crescimento: fidelizar clientes para obter uma rentabilidade positiva e constante. Vale realizar testes de produtos e de campanhas de marketing para gerar vendas, reconhecimento e notoriedade de marca;
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maturidade: focar em inovação e redução nos custos de aquisição de clientes. Investir em softwares de automação de marketing e terceirizar as demandas, para ter uma gestão mais estratégica, são boas ideias;
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declínio: fazer novas pesquisas de mercado e investir em campanhas para manter, fidelizar e recuperar clientes é essencial.
E então, você entendeu como funciona as fases de crescimento de uma empresa e como seu ciclo de vida se relaciona com as estratégias de marketing? Investindo assertivamente, o empreendedor pode inovar e se manter no mercado, passando para estágios superiores e evitando o declínio de seu sonho.
Em que fase a sua empresa está? E o que você está fazendo para obter o sucesso no longo prazo? Abaixo, você pode compartilhar o seu comentário conosco e outros empreendedores!