O trocadilho “Black Fraude” para uma das ações comerciais mais populares do mundo ultrapassou os memes e tem confirmado algumas estratégias – digamos, enganosas – para atrair os consumidores mais distraídos.
O fato é que muitas empresas – de pequeno, médio e grande porte: aqui, foco para as redes de varejo e lojas de departamento – oscilam seus preços durante todo o famoso novembro. Porque não, a campanha não ficou somente na mera Friday e exibe condições imperdíveis – ou não – o mês todo.
E como já diria a canção sertaneja “aí que mora o perigo, aí que eu caio lindo”, afinal, como não se deixar levar por anúncios do tipo: 50, 60, 70 ou 80% off?!
A resposta parece simples, mas demanda um outro tipo de investimento: tempo. Lembra da outra máxima, que diz que “tempo é dinheiro”? Pois é, nesse caso, é literalmente isso.
É preciso pesquisar e comparar o preço dos produtos que pretende colocar na sacola virtual por um período, entendendo sua variação e seu valor real, para que você tenha segurança de apostar na sua compra, entendo que está fazendo um bom negócio.
Abrimos esse texto explicando a lógica que consiste na jogada de algumas marcas para emplacar descontos que, na verdade, de descontos não tem nada. Só foi um “jogo matemático”, um “me engana que eu gosto”, um “caiu na rede é peixe”.
Mas para que você não caia como um peixe morto nessa rede – pelo contrário, para que navegue em um oceano de possibilidades, com os olhos bem vivos nas armadilhas, separamos um conteúdo que pode evitar ou diminuir os riscos do golpe do “tudo pela metade do dobro”.
Campanha deve gerar mais de 8 milhões de pedidos
Isso mesmo: cerca de 8,3 milhões de pedidos devem ser efetuados durante a Black Friday desse ano no Brasil.
Os dados são da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, que acredita ainda no movimento de aproximadamente R$ 6 milhões durante a ocasião – um aumento de 3,5% em relação a edição anterior, em 2021.
Para fazer jus aos números, as empresas estão em uma grande ação de marketing há algum tempo.
E, por mais que alguns consumidores sejam mais contidos, desconfiados ou até incrédulos, é praticamente inevitável se manter imune a pelo menos uma conferida nos preços dos produtos-desejo durante a campanha.
É do Brasil!
A Black Friday foi uma expressão estrangeira que soou estranha por um tempo no Brasil e se manteve na discrição, muitas vezes no anonimato.
Muitos não sabiam bem do que se tratava, achavam que era “modinha”, mas reconheciam que tinha alguma coisa relacionada a vantagem, privilégio, promoção. Isso foi em 2011, quando chegou no país, mas logo caiu – e ficou – no gosto dos brasileiros, após o sucesso nos Estados Unidos, onde surgiu.
Lá, ela acontece no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças – que é comemorado sempre na quarta quinta-feira do penúltimo mês do ano, abrindo a temporada de compras do período natalino.
O portal busca descontos se considera o responsável pela implantação da ação no Brasil, que tem até site oficial o Blackfriday.com . A plataforma não vende produtos, mas é uma agregadora de ofertas e dá para garantir vantagens, se cadastrando com antecedência junto aos parceiros, clubes de descontos, chances de premiação, etc.
Planejamento: o segredo do sucesso
Ok, já sabemos que a Black Friday é um dia só, mas que seus apelos se estendem por todo o mês. Também sabemos que a comparação dos preços deve ser feita com antecedência, muito antes de novembro.
Essa estratégia de monitoramento pode ser facilitada em sites específicos para essa funcionalidade, como Zoom, Buscapé , Comparaí, Jácotei, entre outros.
Esses serviços são gratuitos e traçam uma pesquisa do histórico do valor oferecido pelo produto desejado nos sites de compra, detalhando se ele está em alta ou em queda, além do desconto entre lojas.
Me engana que eu (NÃO) gosto
Todo cuidado para não cair em pegadinhas que ferem seu bolso é pouco durante a ação.
Algumas ferramentas parecem sérias e oficias, mas não são: o nível de enganação é tanto que usam a mesma identidade visual, até o mesmo nome do site, mudando uma ou outra letra. Por isso, a dica máxima é: confira com cautela o anúncio, navegue pelo site, fique extremamente atento a qualquer possível indício de golpe.
Fique atento:
- Confira anúncios: uma letra, um número ou até um .br a menos pode fazer toda a diferença para o seu dinheiro ir embora – os enganadores usam nomes praticamente idênticos às lojas renomadas para atrair suas vítimas – fuja disso!
- Pesquise a reputação: compre somente de espaços virtuais que tenham boa reputação junto aos consumidores. Fique de olho nas reclamações, veja se a empresa dá respaldo a isso e como responde, solucionando ou não os casos;
- Procure avaliações em sites específicos: em caso de mínima desconfiança sobre uma determinada loja, a orientação é buscar referências em sites como o Reclame Aqui, Consumidor e Procon.
- Cuidado com mudança de valor no carrinho: você selecionou um produto com um preço atrativo, mas na hora de ele ir para o carrinho de compras o seu valor aumentou? Essa estratégia é considerada comum, mas esconde fraude e das piores. Tente refazer a compra e, em caso de persistência no valor errado, não prossiga com o pagamento – se possível, denuncie.
- Prazo de entrega duvidoso: antes de efetuar a compra, certifique-se do prazo estimado para a entrega do produto, que não pode ser abusivo. Caso ele seja extenso demais, pode configurar golpe contra o consumidor, já que esconde uma jogada das empresas que não possuem o item em estoque e acabam postergando o processo de entrega.
- Verifique a procedência: é importante que o consumidor verifique a procedência e a qualidade do produto comprado durante a Black Friday, para evitar desapontamentos. Nessa época, é comum – e legal – que as empresas alterarem as regras de troca de produtos, o que exige atenção redobrada antes da compra.
- Pix pra que te quero: o pix é um facilitador universal de pagamentos, mas durante a Black Friday ele pode apresentar riscos. Isso porque em caso de fraude, fica praticamente impossível recuperar o valor pago pela transferência. Por isso, prefira pagar via cartão de crédito, que é passível de contestação.
- A segurança do cartão virtual: o cartão virtual é uma versão digital do cartão físico, mas com número e CVV diferente. Ou seja, ele oferece a vantagem de que os dados mudam e podem coibir golpes. Cartões como o do PagBank, por exemplo, troca o código de segurança a cada 24 horas e caso o site seja falso ou os dados sejam roubados, eles não vão poder ser usados novamente e você não corre o risco de encontrar compras desconhecidas na fatura.
- Fuja de computadores públicos: o uso de computadores públicos ou redes de Wi-Fi abertas pode contribuir para invasões e fraudes. Não faça compras por meio dessas ferramentas, preferindo, sempre, o uso do seu próprio dispositivo, como celular ou computador pessoal.
- Guarde provas: guarde os comprovantes de todas as compras feitas pela internet durante o período de garantia. Imprima ou salve no computador as telas que indicam que a compra foi realizada, anote códigos de confirmação e guarde e-mails recebidos com os dados da transação.
- Vale tudo! Tirar fotos ou prints das páginas, para que, em caso de problema, conseguir correr atrás dos seus direitos perante o judiciário.
O conteúdo te ajudou? Visite nossas redes sociais e assine a nossa newsletter para conferir o que é destaque no nosso blog.